Em 1974, Portugal libertou-se do silêncio imposto pela censura. Hoje, 51 anos depois, continuamos a poder celebrar essa mesma liberdade. Mas e se… o marketing digital existisse naquela época? Como seria criar campanhas sob o olhar atento do “lápiz azul”?
Neste 25 de abril, a Black Monster Media imagina um universo onde o marketing digital vive sob censura.
O Lápis Azul Digital
Durante a ditadura, o lápis azul riscava palavras, ideias e até identidades. No mundo digital, seria um algoritmo implacável, a cortar tudo o que fugisse à narrativa oficial.
Campanhas seriam revistas por comissões “superiores”, e a criatividade? Essa teria horário das 9h às 17h, com farda cinzenta e autorização para respirar.
Influencers sob vigilância
Imagina um TikTok onde o som ambiente é silêncio, e o conteúdo é… institucional. Influencers seriam selecionados pelo regime, promovendo apenas valores “exemplares”. Hashtags como #Revolução, #Liberdade ou #OCorpoÉMeu seriam silenciadas.
Um post com opinião? Risco de banimento eterno — da internet e da vida pública.
Criatividade em confinamento
O design teria de obedecer a um manual aprovado pelo Estado. Nada de ousadias cromáticas ou conceitos que fizessem pensar demasiado.
As campanhas? Um déjà-vu institucional: tudo igual, tudo inócuo. Criar seria seguir instruções. E originalidade? Uma palavra a evitar.
Campanhas que teriam sido riscadas a azul
Felizmente, vivemos noutro tempo. E para o provar, aqui ficam campanhas reais que seriam pura ficção durante o Estado Novo — mas hoje movem consciências (e vendas).
Dove – “Real Beauty” (2004)
Celebrava corpos reais, com mulheres fora dos padrões.

Nike – “Dream Crazy” com Colin Kaepernick (2019)
Ativismo em horário nobre? Impensável em tempos de ditadura.
Gillette – “The Best Men Can Be” (2020)
Uma crítica ao machismo tóxico.
Apple – “1984” (1984)
Anúncio revolucionário a alertar contra o totalitarismo. Não é por acaso que se intitula “1984”…
Hoje, estas campanhas não só existem — como vendem milhões. Porque não há criatividade sem liberdade. E não haveria liberdade sem o 25 de abril. Hoje, podemos criar com ironia, com verdade, com posicionamento. Podemos dizer ao mundo: “Isto somos nós. E não vamos calar.”
Neste Dia da Liberdade, celebramos a criatividade sem amarras. Se a tua marca quer comunicar com coragem, irreverência e propósito, já sabes onde estamos.
Na Black Monster Media, criamos fora da linha. E riscamos com tinta preta.