o Susto
A Águas de Coimbra são uma entidade pública essencial à cidade — mas, como acontece com tudo o que mexe com o quotidiano das pessoas, nem sempre é fácil manter uma relação de simpatia constante.
Nos últimos anos, as obras de renovação e modernização da rede de abastecimento tornaram-se inevitáveis: ruas cortadas, máquinas a trabalhar, prazos a cumprir. E, com isso, cresceu o ruído, a perceção de incómodo, a distância entre a marca e a comunidade.
O desafio era claro: como comunicar uma fase de grande intervenção urbana sem perder a confiança da população? Como mostrar que, por detrás do pó, há progresso — e que cada obstáculo tem um propósito maior?
Era preciso transformar irritação em empatia, obras em transparência, críticas em conversa.
o Atake
A primeira decisão foi simples, mas ousada: não esconder o problema, mas sim assumi-lo.
Criámos uma nova linguagem para as Águas de Coimbra, mais próxima, leve e transparente.
Foi assim que nasceu a tagline: “Estamos a meter água. Mas é de qualidade.” Uma frase direta, arrojada e impossível de ignorar, estampada numa lona em pleno centro da cidade, que serviu como ponto de viragem na forma como a marca se apresentava à cidade.
Para mostrar que há pessoas por trás das máquinas, entrevistámos um diretor de engenharia, que partilhou os desafios técnicos e a dedicação diária de quem faz estas intervenções acontecer.
Ainda não há “antes e depois”. Mas há um “durante” mais humano, visível e compreendido.
“As obras passam. Os benefícios ficam.”
A cidade merecia ouvir isso.
o Monstro
Agora, a Águas de Coimbra voltam a falar com a cidade — e, mais importante, a cidade está a ouvir.
As lonas não passam despercebidas e os vídeos mostram o que antes era invisível: as pessoas por detrás das infraestruturas, o cuidado técnico, o investimento humano. A comunicação ganhou um novo tom, mais próximo, mais consciente e mais genuíno.
A marca deixou de reagir e passou a guiar a narrativa. Assumiu-se como uma entidade pública moderna, que comunica com verdade e respeito, e sem medos.
No fim, o que começou como um desafio de imagem tornou-se num exercício de confiança pública. E, tal como a própria água, a nova comunicação da marca voltou a circular — limpa, clara e essencial.