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Do Regime à Liberdade Publicitária: O Legado do 25 de Abril

A Liberdade Publicitária

A Revolução dos Cravos de 1974 foi um ponto de inflexão não só político, mas também cultural em Portugal, especialmente no que toca ao papel das mulheres na sociedade.

Este blog explora como essa mudança se refletiu na liberdade publicitária visual, destacando como as mulheres passaram de figuras periféricas a protagonistas nas campanhas publicitárias.

Após o 25 de Abril, a censura foi abolida, permitindo uma explosão de criatividade e liberdade de expressão. Publicações que antes operavam na clandestinidade ou eram rigorosamente controladas pelo Estado puderam finalmente expressar-se sem restrições. Este período viu o nascimento de inúmeros jornais, revistas e, posteriormente, canais de televisão e rádio que transformaram completamente o cenário mediático português. Para os profissionais de marketing, isso significava um público mais amplo e diversificado, além de uma liberdade sem precedentes para explorar novas formas de comunicação.

A representação das mulheres na publicidade em Portugal era predominantemente tradicional e conservadora. As campanhas retratavam, frequentemente, mulheres em ambientes domésticos, focando-se em produtos de limpeza, utensílios de cozinha ou cuidados com crianças.

mulheres protagonista na campanha publicitária - liberdade

Com o fim da ditadura e a subsequente abolição da censura, as agências de publicidade começaram a experimentar novas abordagens. As mulheres não só começaram a fazer parte das equipas criativas, trazendo novas perspectivas, mas também tornaram-se o foco das campanhas de uma forma renovada e empoderada.

Casos emblemáticos

Campanhas de Moda e Beleza

No final dos anos 70, as campanhas de moda começaram a apresentar mulheres como ícones de estilo e decisão independente. Marcas como a Lanidor lançaram campanhas que mostravam as mulheres em ambientes de trabalho ou em atividades de lazer, destacando a moda como uma forma de expressão pessoal e não apenas funcional.

mulheres protagonista na campanha publicitária nivea - liberdade

Publicidade Automobilística

A introdução de mulheres em campanhas automobilísticas foi outra mudança significativa que marcou a liberdade publicitária. Antes vistas apenas como passageiras, as mulheres começaram a ser retratadas como condutoras. Um exemplo notável foi a campanha de lançamento do Renault 5 em 1980, que mostrava uma jovem mulher ao volante, simbolizando independência e confiança.

mulheres protagonista na campanha publicitária volkswagen - liberdade

À medida que a poeira da Revolução dos Cravos assentava, Portugal despertava não apenas para uma nova era de liberdade política, mas também para uma transformação cultural profunda, cujos ecos reverberam até hoje nas estratégias de publicidade e marketing. A ascensão das mulheres de figuras marginais a protagonistas nas campanhas publicitárias é um testemunho do poder da representatividade e da igualdade. Esta jornada de empoderamento refletida nos meios de comunicação e publicidade é uma lembrança vibrante de que a verdadeira revolução acontece quando mudamos não só as leis, mas também as narrativas.

Hoje, ao olharmos para trás, vemos mais do que campanhas transformadas; vemos a evolução de uma sociedade que aprendeu a valorizar cada vez mais a diversidade e a inclusão. Cada anúncio que rompe estereótipos, cada campanha que celebra a independência e a força feminina, constrói sobre o legado do 25 de Abril. Este legado desafia-nos a continuar a questionar, a inovar e a usar a nossa liberdade criativa para refletir e moldar um mundo onde todos têm voz.

Assim, enquanto profissionais de marketing e comunicadores, temos não apenas a oportunidade, mas também a responsabilidade de honrar esse espírito revolucionário. Devemos aspirar a criar trabalhos que não apenas vendam, mas que também inspirem, eduquem e empoderem. 

O 25 de Abril ensinou-nos que a publicidade, quando feita com coragem e consciência, pode ser uma força poderosa para o bem.

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