Como diz a música de Raul Seixas, “metamorfose ambulante” – “é chato chegar a um objetivo num instante”.
Tendo isto em conta e, olhando para a atualidade, dá para perceber que paciência não é o que nos motiva.
Tudo o que é feito serve para consumo rápido, passa a correr como um atleta de sprint que não pode chegar em último.
Hoje venho falar da velocidade de negócio e a ilusão vendida de que nos tornamos milionários da noite para o dia.
Achamos que abrimos a loja e, de uma forma mágica, porque rebentam as barragens que prendem o dinheiro, vem um tsunami de notas para nos afogar em luxúria e abundância.
Ser paciente é uma característica que está implícita na natureza e na nossa sobrevivência, plantar uma árvore implica um processo – colocar a semente na terra, garantir que nunca lhe falta água, que o solo tem os nutrientes necessários e que o vento não a derruba – para no final colher os seus frutos ou aproveitar a sua sombra, para tal são necessários anos.
Os negócios são criados por pessoas para interagir com pessoas, por isso podemos assumir que existe alguma natureza neles.
Assim, para criar um negócio é necessário paciência e muita análise, para que ao longo do caminho se possa fazer a poda necessária para nos certificamos que temos um negócio florido e forte.
Tendo em conta que errar é humano e faz parte desse crescimento.
O meu sócio costuma tratar o nosso negócio como sendo o nosso filho e acho que é assim que deve ser feito, porque não o fazemos por vaidade ou por lucrar milhares de euros, mas sim porque adoramos o que fazemos e gostamos de o tratar com toda a atenção e consideração. É esta a mensagem que tentamos passar à nossa equipa, para que todos os dias não seja mais um dia de trabalho mas uma dia para fazer o que adoramos.
Por isso os objetivos de um negócio devem ser criados com um olho no futuro, a dedicação no presente e paciência para saber gerir o caminho até chegar a altura certa de colher os frutos.
Não se esqueçam, não se pode “meter demasiada água”, pode apodrecer a raiz.